Por Giomara Damasceno
O futebol é um esporte que move paixões e desperta o
interesse de muitas pessoas em todo mundo. No ano em que o Brasil sediará a Copa
do Mundo em junho, a imprensa de Juazeiro e Petrolina tem se “esforçado” para
aproximar o torcedor local do evento.
Durante o mês de maio – que antecede o evento –o
assunto tem sido pautado na televisão, nas rádios ou nos veículos onlines e
impressos. Nesse período predominou a repetição de assuntos relacionados à
preparação seleção (treinos, por exemplo).
Para citar dois exemplos, entre os dias 26 e 31 de
maio, o Diário da Região (Juazeiro) publicou quatro notícias sobre a Copa.
Todas eram de agências, como o A Tarde ou UOL. Naquele mesmo período, o Blog do
Carlos Britto (Petrolina) agendou a Copa cinco vezes na semana.
O Diário da Região tinha um ciclo de notícias em
torno dos preparativos da seleção – que pode ser explicado pela escolha do
editorial do jornal ou e também pela obrigação de seguir a pauta tão comentada
por todos os veículos, afinal se o jornal adversário dá uma notícia, eu também
preciso, para manter meu público fiel a mim.
Em contrapartida, o Blog do Carlos Britto fez de uma
forma diferente do Diário. Foram publicadas duas charges críticas sobre a
realização da Copa (com claro cunho político por trás, citando o ministro
Joaquim Barbosa e o desânimo do brasileiro para a situação política do país) e
deu espaço para um leitor expor o contexto do Brasil no mês que antecede o
grande evento.
Pois bem, a homogeneidade de temas relacionados aos
comandados de Luiz Felipe Scolari (presente no Diário), demonstra uma fraqueza
para o jornalismo local. Por que não pautar a copa de forma regional? Afinal,
sobre a seleção os jornais de São Paulo e Rio de Janeiro já nos trazem
informações.
Apesar das diferenças em relação ao Diário, o Blog
do Carlos Britto também deixou de fazer um jornalismo mais regional. No espaço
que poderia contar histórias de torcedores da região que vão para a Copa, ou
seus preparativos para assistir os jogos aqui mesmo, optou por noticiar o
evento de forma predominantemente política (focando o nacional).
A conclusão que se chega após esse comparativo entre
dois veículos é que precisamos rever valores antes de pautarmos um assunto de
grandiosidade, como a Copa do Mundo. Reproduzir conteúdo somente para afirmar
“estou colocando a Copa em pauta” não é mais do mesmo. O jornalismo da região
precisa de algo mais, começar pelo local seria um diferencial.