sexta-feira, 6 de junho de 2014

Copa do Mundo e a “dificuldade” em regionalizar o evento

Por Giomara Damasceno

O futebol é um esporte que move paixões e desperta o interesse de muitas pessoas em todo mundo. No ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo em junho, a imprensa de Juazeiro e Petrolina tem se “esforçado” para aproximar o torcedor local do evento.

Durante o mês de maio – que antecede o evento –o assunto tem sido pautado na televisão, nas rádios ou nos veículos onlines e impressos. Nesse período predominou a repetição de assuntos relacionados à preparação seleção (treinos, por exemplo).

Para citar dois exemplos, entre os dias 26 e 31 de maio, o Diário da Região (Juazeiro) publicou quatro notícias sobre a Copa. Todas eram de agências, como o A Tarde ou UOL. Naquele mesmo período, o Blog do Carlos Britto (Petrolina) agendou a Copa cinco vezes na semana.

O Diário da Região tinha um ciclo de notícias em torno dos preparativos da seleção – que pode ser explicado pela escolha do editorial do jornal ou e também pela obrigação de seguir a pauta tão comentada por todos os veículos, afinal se o jornal adversário dá uma notícia, eu também preciso, para manter meu público fiel a mim.

Em contrapartida, o Blog do Carlos Britto fez de uma forma diferente do Diário. Foram publicadas duas charges críticas sobre a realização da Copa (com claro cunho político por trás, citando o ministro Joaquim Barbosa e o desânimo do brasileiro para a situação política do país) e deu espaço para um leitor expor o contexto do Brasil no mês que antecede o grande evento.

Pois bem, a homogeneidade de temas relacionados aos comandados de Luiz Felipe Scolari (presente no Diário), demonstra uma fraqueza para o jornalismo local. Por que não pautar a copa de forma regional? Afinal, sobre a seleção os jornais de São Paulo e Rio de Janeiro já nos trazem informações.

Apesar das diferenças em relação ao Diário, o Blog do Carlos Britto também deixou de fazer um jornalismo mais regional. No espaço que poderia contar histórias de torcedores da região que vão para a Copa, ou seus preparativos para assistir os jogos aqui mesmo, optou por noticiar o evento de forma predominantemente política (focando o nacional).


A conclusão que se chega após esse comparativo entre dois veículos é que precisamos rever valores antes de pautarmos um assunto de grandiosidade, como a Copa do Mundo. Reproduzir conteúdo somente para afirmar “estou colocando a Copa em pauta” não é mais do mesmo. O jornalismo da região precisa de algo mais, começar pelo local seria um diferencial.