Por Taiza Felisberto
A
mais de um ano os brasileiros têm intensificado sua busca por mudança. Em junho
de 2013 milhares de brasileiros foram às ruas de todo o país reivindicando
menores tarifas nos transportes públicos. E logo o protesto passou a ser por melhores condições de saúde, educação e
segurança, além de salários mais dignos para profissionais dessas áreas. Em
2014 o foco das manifestações voltou-se aos altos custos de investimentos para sediar o campeonato mundial
de futebol da FIFA. Nesta busca por mudanças, parte dos brasileiros luta por
uma reforma no sistema político, tema
discutido do por organizações e movimento da sociedade civil brasileira desde
2004.
O
plataforma pela reforma do sistema político é estruturada em três eixos principais: Fortalecimento da democracia direta, reforma
do sistema eleitoral e controle social do processo eleitoral. Para o movimento,
a democracia não se resume ao direito de voto, mas trata-se das formas de
relacionamento e organização da sociedade. Com a implantação dos eixos citados
a população passaria a ter mais acesso e participação nos processos e
decisões da federação. A busca por essa
mudança se intensificou durante o período de campanha eleitoral, quando os
militantes da causa fizeram também sua campanha. A presidente Dilma declarou
seu apoio ao movimento em sua campanha e priorizou o compromisso em seu
discurso de vitória.
Ignorando
os benefícios que a reforma do sistema político venha a trazer, o jornal Folha
de São Paulo publicou no dia 30 de outubro a matéria intitulada Reforma
política é "erro cabal", diz cientista político. Já no título fica clara a posição tomada
sobre o assunto, a expressão destacada da fala de Fabiano Santos, cientista
político, passa a idéia de oposição, reforçada em todo o texto em que são
usadas expressões como: balela, irresponsabilidade, caixa de pandora, desastre,
sonho dourado. Todas elas referindo-se a reforma política. E para reforçar a
credibilidade de sua fonte o jornal ressalta que é tido como um dos principais
estudiosos do legislativo do país.
Fabiano Santos ainda compara a proposta de
reforma no Brasil com uma reforma mal sucedida na Itália. O Folha não tem a
preocupação de buscar outra fonte que fosse a favor para fazer um contraponto
do assunto, assim como não se preocupa em informar ao leitor em que consiste a
tal reforma política condenada pela matéria. Simplesmente esqueceram a imparcialidade
jornalista. Por trás da figura do cientista político o jornal deixou bem claro
sua posição, ressaltando que esse "grande erro" é uma prioridade do
governo Dilma.