sexta-feira, 11 de julho de 2014

Novidades no Diário

Por Raryana Wenethya
Quem acompanha diariamente as notícias regionais pelo jornal impresso Diário da Região já deve ter percebido algo de novo em algumas de suas editorias. São novas colunas idealizadas de forma criativa voltadas para a divulgação de artistas regionais destacando seus trabalhos, assim como curiosidades, fatos e pessoas com produções interessantes, seja caricatura ou bonecos de feltro, que “bombam” na internet.
Esses textos, publicados no fim de semana, geralmente nos sábados, trazem um ‘ar’ mais jovial e moderno ao veículo, o que contribui para atrair mais o interesse dos leitores.  Uma das colunas tem o nome de Achei na Web, e pode ser encontrado nos cadernos: Diversas ou Entretenimento. Trata-se de uma entrevista ping-pong feita com uma personalidade encontrada na internet, e que tem algo de curioso e relevante para ser mostrado. A exemplo de pessoas que dirigem peças teatrais; que customizam roupas e sapatos; que confeccionam bolsas, camisetas ou que tenham um empreendimento ‘badalado’, como uma lanchonete.
É certo que o Diário da Região não está no ranking dos melhores jornais veiculados, nem é o melhor se tratando de conteúdos produzidos, devido a tantos e outros fatores que deixam a desejar no que se refere a um meio de comunicação jornalístico, no entanto está apostando nas novidades, mudando aos poucos seu posicionamento editorial. É como já dizia George Bernard Shaw, jornalista irlandês do século XX: “O progresso é impossível sem mudança”. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

O futebol e o reforço dos estereótipos

Por Maria Yamakawa
No clima de Copa do Mundo, os veículos de comunicação de Petrolina têm se esforçado em pautar o tema – seja na televisão, rádio, impresso ou nos blogs. Numa reportagem no programa de segunda-feira (9), o GR TV 1ª edição apresentou uma enquete feita nas ruas da cidade com as mulheres para testar os conhecimentos delas sobre futebol.
A ideia de abordar a Copa do Mundo com o foco no local é digno de parabéns, porém ao enfatizar as respostas das mulheres que sabem pouco de futebol, no meu entendimento, a mídia reforçou estereótipos impregnados na sociedade machista. Por isso, ao acessar todo o conteúdo apresentando na edição em questão, várias perguntas surgiram na minha mente: por que somente os homens podem saber de futebol? As mulheres não podem ter conhecimentos sobre esse assunto? Por que apelar para o “humor” de expor respostas erradas e diminuir a inteligência das mulheres? Porque quando um homem não sabe sobre futebol, não é ridicularizado na televisão? Essa pauta existiria com homens?
O ponto positivo de pautar a Copa na cidade seria muito mais bem feito (e prestaria um papel social pra o gênero feminino) se fosse construída sem trabalhar em cima de estereótipos. Até mesmo a postura da repórter é de se estranhar, porque ela é uma mulher e acaba ridicularizando suas iguais.
Ao reforçar a imagem de que mulheres não podem ter conhecimentos de assuntos “masculinos”, a jornalista e a empresa ferem um dos princípios do Código de Ética dos Jornalistas. É dever do profissional combater qualquer tipo de discriminação de gênero, religião ou outro motivo.
O conteúdo jornalístico é construído em cima de pensamentos machistas, que nada acrescentam a figura feminina. Pelo contrário, reforça a ideia de que o gênero feminino não tem conhecimentos de áreas das quais os homens são “naturalmente feitos para isso”.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pré e o pós primeiro jogo do brasil na imprensa local

Por: Gisele Ramos

É incrível o impacto que um evento de grande porte como uma Copa do Mundo tem sobre algumas pessoas. Expectativa é criada e, mais do que isso, por causa dos jogos, muitos hábitos são mudados. O curioso é observar que, ao menos no cenário local, essa “mudança” de hábito não diz respeito apenas aos torcedores, mas também a uma parte dos veículos de imprensa online local.

Observando com cuidado a cobertura dos blogs Gazzeta, Carlos Britto e Geraldo José e nos 4 dias que precederam o jogo de estreia da seleção contra a Croácia, fica clara uma mudança de postura em relação ao que vinha sendo retratado, mesmo que, em alguns, isso fique mais claro. Já foi assunto, em textos anteriores, a pauta da falta de regionalização da Copa, coisa que finalmente foi colocada em pauta.

Com matérias como a de “um aplicativo para acompanhar os jogos” (Gazzeta), “os melhores bares de Petrolina para se assistir ao jogo” (Geraldo José), “Horários de funcionamento dos estabelecimentos da cidade no dia” (Gazzeta e Carlos Britto),” a preparação dos diversos bairros que se pintaram para receber a seleção” (Gazzeta), entre outras, o jornalismo regional cumpriu, em parte, oseu papel de se aproximar da população. Deixou de tratar a Copa comouma realidade reservada às capitais  do país e a aproximou do interior.

Claro que algumas matérias assumiram muito a cara de release e pecavam em conceitos básicos de jornalismo online (como a falta de uma suíte e a ausência de hiperlinks), mas em comparação ao tratamento anteriormente dado à Copa de acordo com nossa realidade, é um avanço.

Outra mudança percebida é a presença de diversos artigos opinativos escritos pelos leitores, prática mais constante no Gazzeta e no Carlos Britto. Abrir esse espaço para o público é tão importante quanto publicar matérias da realidade, pois faz com que o mesmo também se sinta uma engrenagem do processo.

Obviamente, as matérias de cunho nacional (coletiva do Filipão, guia para entender a copa, histórico da seleção) não deixaram de existir. Elas continuam (e continuam com cara de release, sem nenhum aprofundamento), mas, dessa vez, dividindo espaço com o meu, o seu e o nosso.