Por Mariana Ramos
A
repercussão da reportagem em um período de uma corrida
presidenciável acirrada e com pesquisas que colocavam a
atual presidente a frente do seu adversário, tomou conta das redes
sociais e dos programas eleitorais. Muitos militantes que apoiavam a
reeleição de Dilma Roussef ficaram revoltados com a abordagem da
matéria e protestaram na sede da editora Abril,
em
São
Paulo. Os manifestantes jogaram lixo e picharam a fachada do prédio
com frases: "Fora Veja" e "Veja mente".
Na
reportagem, a Veja
vai
contra as regras e a ética do jornalismo, ao colocar como fonte um
depoimento de um processo que corre em segredo de Justiça, sem dar
direito de resposta às pessoas citadas na reportagem. É regra do
jornalismo ouvir os dois lados da história, além de investigar e
apurar a fundo uma acusação como esta, que poderia mudar os rumos
das eleições. Além disso, na matéria o jornalista coloca juízo
de valor, além de dá um julgamento prévio aos leitores.
Sabemos
que o posicionamento político da revista vai de encontro ao atual
governo e que uma reportagem bem apurada e dando voz a todos os
envolvidos leva muito tempo. Mas com as eleições se aproximando
eles resolveram antecipar a matéria e a edição, vendo o intuito
claro do jornalismo a favor dos interesses políticos da empresa.
Além
disso, na reportagem são mostradas acusações sem qualquer prova
concreta. Precisando ainda analisar a credibilidade da fonte
utilizada, sendo que todo jornalista deve desconfiar de toda e
qualquer fonte. É visto que o papel do jornalismo de informar com
rigor e ética para formar uma opinião pública democrática foi
quebrado nessa reportagem, servindo aos interesses políticos e
financeiros da revista por meio da distorção, falta de provas e
negligência aos envolvidos citados.
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