Por: Krishnamurti Silva de Lima
O
quadro "Proteste Já" do programa CQC
- Custe o Que Custar - da Rede Bandeirantes tem por sua essência acatar
denúncias da população sobre irregularidades governamentais e ir investigá-los,
interrogando os possíveis responsáveis e buscando soluções para as
problemáticas que perturbem o bem-estar da localidade. Mesmo que caracterizado
como um programa de Infotenimento
(Termo criado por Dejavite [2006] que significa "informação com
entretenimento"), os princípios básicos do jornalismo nesse quadro são
respeitados, como a apuração dos fatos, a presença das fontes fundamentais que
ilustram o problema, e a tentativa de ouvir todos os lados citados nessa
problemática. Por enfrentar quase sempre autoridades políticas, os repórteres
mexem com os brios dos representantes ao questionar tais anomalias públicas e
provocam uma tensão que nem sempre terminam só em diálogos acalorados ou na
falta total dele; Agressões e calúnias são frequentemente visíveis.
No começo da última semana de
Outubro (26), a equipe do CQC com o
repórter Oscar Filho foi até a cidade de Caxias, no Maranhão. O tema a ser
abordado era o grande número da mortalidade infantil que o hospital municipal
da cidade passou a apresentar nos últimos meses. Entre parentes das vítimas da
situação e populares, o prefeito de Caxias, Léo Coutinho (PSB) também foi
procurado para dar sua explicação sobre essa situação. No auge da entrevista,
os ânimos de ambos se exaltaram e o prefeito foi chamado pelo repórter de
"sem caráter" por se esquivar das perguntas feitas. - Por mais que o
profissional da impressa seja humano e tenha sentimentos, o respeito ao
entrevistado é imprescindível -. Após o término da fabricação da matéria,
notícias surgiram em blogs atestando o acontecido, mas um em especial tratou-se
de julgar o acontecimento revertendo e desqualificando o jornalista. O título e
sua matéria apresentando discurso odioso e com termos risíveis apontava que o
repórter estaria sob efeito de psicoativos e além de ofendido o representante
majoritário de Caxias, teria contratado os serviços de profissionais do sexo e
não pagado. A matéria não apresentava nenhuma prova concreta sobre tais atos,
somente vídeos amadores contendo a entrevista que virou bate-boca.
O
termo blog – que a priori surgiu como
weblog – brotou na internet antes dos
anos 2000. Em tradução livre, blog
significa “diário da rede” e fundamentalmente surgiu para que os seus donos
postassem informações constantes sobre suas próprias vidas. Se no final de
2000, a quantidade de blogs mal chegava a 50, três anos depois mais de quatro
milhões já apareciam na “blogosfera” abrangendo seu significado; Agora abarcam
também o âmbito corporativo, organizacional e o jornalístico.
A constatação que se pode ser feita sobre o uso dos blogs
para as características jornalísticas é a que se valendo do anonimato da Internet,
muitos se aproveitam para divulgar informações inverídicas e caluniosas sobre
um grupo ou alguma pessoa em específico – como no caso da “pseudo-notícia”
analisada nesse texto. O Marco Civil da Internet sancionado pela Presidenta
Dilma Rousseff em Junho desse ano rege, entre outras coisas, que em caso de
calúnia e difamação, o provedor que hospeda o blog caluniador deve também ser
processo e medidas legais para o descobrimento do seu autor serão
automaticamente feitas.
A discussão sobre o
papel dos blogs no jornalismo tem vários vieses, mas um dos principais é o
papel que esse deve apresentar para um bom cumprimento das normas dessa nobre
profissão, pois o que entendemos é que a internet é um meio hoje, sine qua non para o jornalismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário